quinta-feira, 22 de maio de 2008

O Holocausto na Visão de Ratos



Li a poucos dias, graças ao empréstimo de minha amiga Rose, uma verdadeira obra-prima em quadrinhos. Maus, que significa “rato” em alemão, foi a primeira HQ a ganhar o prêmio Pulitzer, e conta a história de como Vladek Spiegelman sobreviveu à perseguição nazista durante a Segunda Guerra Mundial, e de como isto afetou a sua vida.

No início da década de 80, Art Spielgman, filho de Vladek, deu início ao seu ambicioso projeto de escrever sobre a vida de seu pai, um sobrevivente do holocausto, só que em quadrinhos. Para isso ele retrata os judeus como ratos, os alemães como gatos, os poloneses como porcos e os americanos como cães. Em certo momento da obra ele retrata o único francês como sapo e alguns suecos como alces.

A obra mostra as visitas que Art faz a seu pai aonde grava suas histórias para mais tarde transformá-las no livro. Nestas visitas somos testemunhas do relacionamento distante entre pai e filho e as constantes brigas de Vladek com a atual esposa, muito por causa da comparação com a antiga esposa e de suas atitudes de economia ao extremo, característica que trouxe após sofrer horrores durante o holocausto com fome e frio.

Nunca uma obra chegou tão perto da realidade chocante como Maus. Mesmo usando animais no lugar de pessoas, isso não diminui em nada o impacto da obra, pelo contrário, serve como metáfora que naquele momento da história as pessoas estavam agindo como verdadeiros animais. E ainda por cima, os ratos judeus de Maus contrastam com o mundo de fantasia imposto por Walt Disney e seu Mickey Mouse na época da guerra.
Contada em quase 300 páginas de pequenos quadrinhos em preto e branco, Art Spielgman conseguiu um feito, que ele próprio dentro de sua obra se questiona algumas vezes, de como retratar os fatos em quadrinhos sendo que ele não tinha presenciado tais fatos e não possuía uma foto sequer.

Para aqueles que ainda possuem um certo preconceito contra os quadrinhos, recomendo Maus para provar como um fato histórico pode ser retratado com tanta fidelidade e sinceridade em quadrinhos, e ainda por cima ter reconhecimento da crítica, não que esse fosse o principal objetivo de Art Spielgman.

3 comentários:

Johnny disse...

muito interessante! gostei do teu blog e do que tu escreve!
:)

abraço!
visite o meu > http://contoatomico.blogspot.com/

Anônimo disse...

adoro quadrinho...

e parabens pelo blog! :)

abraços

Rose disse...

Também adorei o livro...tanto que te falei dele não é mesmo? Obrigado pelos créditos...Pelo jeito estou ficando famosa...estou no blog do Celso!!!rsrsrs